sexta-feira, abril 11, 2014

7

Retorno do Cabelando - Autoestima X Vaidade

Oi Pessoal, tudo bem com vocês?

Simmmm, finalmente o blog está de volta e com layout novinho em folha, logotipo novo, tudo novo, pra comemorar uma nova fase do blog, afinal, blogs também podem amadurecer, não é mesmo? 

Vou continuar postando muitos vídeos com dicas, penteados, produtinhos e muito mais, também alguns textos informativos, conteúdo para o público masculino (acreditem, o post mais lido neste blog é sobre cortes de cabelo masculino, isso mesmo!) e muito mais!

Pra marcar este dia super especial, nada mais justo que um post a altura e com um tipo de reflexão muito importante e realmente necessária.

Espero que gostem desta nova fase, tudo foi feito com muito carinho pensando em vocês! 

Autoestima X Vaidade - por Maíra Fischer




Embora muito se confunda vaidade com autoestima, essas duas coisas são tão diferentes que, muitas vezes, beiram a oposição. Enquanto vaidade é o desejo incondicional de admiração e aprovação alheias, a autoestima, em outra via, vem do autoconhecimento e autoaceitação. Enquanto a vaidade – em um processo “de fora para dentro” – leva as pessoas a se adequarem para ganhar aprovação de outras pessoas, a autoestima – em um processo “de dentro para fora” – trata da autoadequação, mesmo que isso implique na desaprovação alheia. Quem nunca viu uma pessoa feliz da vida em uma roupa que muitos considerariam cafona, e sem se importar com isso?
Infelizmente o que mais vemos por aí são pessoas que, iludidas pela sensação de bem-estar imediato (e extremamente volátil) que a vaidade proporciona, se sujeitam a muitas cirurgias desnecessárias que beiram a automutilação, se vestem em desacordo com o próprio gosto (que sequer conhecem), tentam incessantemente se transformar naquilo que acreditam que será motivo de admiração: uma outra pessoa que não ela mesma. E é muito difícil manter o papel por muito tempo sem sofrimento profundo e sensação de vazio, inadequação e despertencimento. Por isso é tão comum vermos pessoas que, mesmo depois de tanto tempo e dinheiro investidos na construção da aparência, continuam com vazios existenciais enormes e, na maior parte das vezes, não sabem por quê.
Mas nosso assunto aqui é autoestima. Ao contrário do que o senso comum dita – e diferentemente da vaidade – a fonte da autoestima não são exatamente os elogios alheios (mesmo porque todos sabemos o quanto é difícil acreditar em elogios, não é?), mas um processo de autoconhecimento e autoadequação – afinal, como estimar o que não se conhece, ou se conhece superficialmente? A autoestima é algo em constante construção pessoal e intransferível, por meio de, entre outras coisas, ciclos de tentativas, superações e satisfações pessoais. Em outras palavras: é explorando todas as nossas vertentes que nós vamos nos conhecendo, descobrindo nossos pontos fortes – o que torna mais fácil que aceitemos nossos pontos não tão fortes –, nossas ferramentas, nossas possibilidades.
Não é segredo para ninguém que a grande maioria de nós aprende a se cuidar, quando pequena, com nossas mães. Mas o resultado desse aprendizado vai muito além da higiene pessoal: ela ajuda a definir a forma como a gente se vê e lida com a gente mesmo. Pode reparar: provavelmente a forma como você se cuida e se vê hoje é, em grande medida, parecida com a forma como sua mãe cuidava de você (ou, melhor: como você acredita que sua mãe cuidava de você). Porque, muito mais do que higiene pessoal, as mães ensinam aos filhos sobre autoimagem e autocuidado. A mãe é, segundo Lacan, o primeiro “espelho simbólico” da criança. Para o bem e para o mau: crianças que tiveram cobranças muito incisivas de suas mães podem crescer com tantos problemas de autoaceitação quando crianças que não se sentiram bem cuidadas. E ambas podem crescer com o conceito distorcido de autoestima, trocando-a por vaidade.
Todos nós, em alguma instância, crescemos com alguns buracos nesse registro do que autocuidado significa – e isso, como podemos ver, interfere diretamente na autoestima. E precisamos reconstruir ao longo da vida. Costumo dizer que uma maneira fácil de exercitar o autocuidado é naquilo que não envolve a aprovação alheia – pelo menos primariamente. Uma bela roupa pode arrancar muitos elogios, mas não necessariamente tem a ver com um cuidado com quem a veste. Por outro lado, massagear os pés com um creme cheiroso à noite, por exemplo, pode não arrancar aplausos de uma plateia, mas registra dentro do inconsciente “Eu não só mereço como SOU cuidado por alguém – e o alguém com quem mais precisarei contar ao longo da vida: eu mesmo”. Por mais maluco que pareça, dentro do nosso inconsciente a sensação de amparo e cuidado é retroalimentável: quanto mais eu me cuido, mais forte fica o registro interno de que eu sou cuidado (independentemente de por quem), a sensação de amparo e aceitação aumenta e, dessa forma, a autoestima vai se estruturando aos poucos. Para o nosso inconsciente, muitas vezes não há uma separação exata do que é a gente, o que é o outro: muitas vezes o que pressupomos do outro – julgamentos, afetos negativos – são, na verdade, nossos. Podemos usar esse mecanismo a nosso favor quando nos cuidamos e nos amamos: nosso inconsciente, em alguma instância, passa a atribuir esse amor ao outro e, dessa forma, nos sentimos amados e cuidados.
Se a autoestima vem de autocuidado e autoconhecimento, esse ciclo deve ser exercitado o tempo todo. Mesmo se você não estiver no ranking das pessoas que mais se conhecem, o próprio jogo de descobertas pode ser divertidíssimo – são tantas alternativas no mundo! Dar-se o prazer de sentir novos cheiros, testar novas sensações, cuidar dos cabelos, da pele, tocar-se, descobrir a própria beleza, todo esse movimento de si para si mesmo é o que constitui a autoestima. Teste, brinque, explore de coração aberto as suas possibilidades. Esse é o processo “de dentro pra fora”: dar-se a chance de se descobrir, se cuidar, se surpreender. Os elogios? São brindes.

Maíra Fischer é Psicanalista, Gateira, minha amiga e uma das melhores pessoas que já conheci nesta vida :D

Obrigada por visitar o blog!

Bjokas :* 

Lori Dias.

7 comentários:

  1. Owwwn, muito amor pelas tesourinhas no fundo <3
    Tá lindo o novo layout! Espero que a nova fase do blog te traga muitas oportunidades e diversão, porque sei que você tem esse espaço pra falar de algo que ama e entende tão bem! E eu fico muito feliz por te ver feliz e realizada :) #VoltaComTudoCabelando
    Ótimo tema de reestreia, é muito importante termos esse minutinhos diários pra gente. Tô redescobrindo isso agora. Bem-estar e sorriso são o que mais chamam atenção nas pessoas, além de serem segredos de saúde, longevidade e beleza ;)
    Senti saudades do bloguito e ainda sinto suas. Tenho que rever isso aí, porque a sumida sou eu!
    Beijo, Lorita!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigada Lauritaaa :D adorei sua visita e os elogios!!

      Bom, agora vou ter que criar uma hashtag nova: #VoltaProSkypeLaura HAHAHAH Te adoroooo saudades demais! Bjokas :*

      Excluir
  2. "... afinal, como estimar o que não se conhece, ou se conhece superficialmente?"....
    Exatamente!!!! As vezes leva tempo, a gente tropeça, cai, levanta, cai de novo... rsrs... o importante é não desistir ou se acomodar em algo que não faz a gente feliz, né? ;- )
    Beijos, Loreee!! =D

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi Lu! É sim, totalmente verdade, mas a vida é feito disso né cair e levantar e ser melhor que ontem :D
      Obrigada pela visita! Fique bem te adoro, bjokas :*

      Excluir
  3. Amei a matéria! O blog ta lindo! Parabéns! Bjs

    ResponderExcluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...